Camila e A Sociedade Evangélica 2

Antes de começar o post, gostaria de homenagear aqui meu primeiro seguidor, Hatake 26. São pessoas assim que me dão força para reviver os momentos traumáticos e transformá-los em palavras aqui no blog. Muito obrigada Hatake!

Bom, vamos novamente conversar sobre os evangélicos. Não vou falar novamente a minha posição sobre eles, pois já fiz um comentário desses em outro post. Mas hoje, tenho outro caso evangélico para contar. Esse ocorreu, claro, no meu trabalho com o adolescente e garoto de recados Carlito.

Cheguei no trampo como sempre. Deixei minha mochila na loja do primeiro piso, e desci para o piso inferior para tomar um café e cumprimentar o pessoal da outra loja da rede. Encontro Carlito.

Esse é um rapazinho bem agradável. Toca em uma banda de rock e sabe conversar. Nesse dia ele reparou que eu estava escutando no MP3 uma das minhas bandas prediletas, Slipknot.

- Nossa, você escuta Slipknot. Eu adoro eles!
- Sério? Eu também. Gostei de todos os CDs.
- É. Aquele cara com a máscara de palhaço é o mais demoníaco de todos. Mas o pior mesmo é o baterista. Por causa dele eu parei de escutar Slipknot.
- Como assim? O que ele fez?
- Fiquei sabendo que ele fez um pacto com o demônio para tocar bateria daquele jeito.
- Mas hein? Eu concordo que ele toca bateria pra caramba, e quando ele toca parece que ele nem faz esforço, mas daí a fazer pacto com o diabo...
- Aaaah eu acredito. Não tem como tocar bateria daquele jeito, drogado sem ter feito nada.
- Carlito, vou te explicar uma coisa sobre pactos com o capeta: Se você acredita, eles existem, se você não acredita, eles não existem. É simples assim.
- Não sei disso não.
Carmela entrou no meio..
- Camila, você sabe demais sobre pactos com o demônio
- Carmela, para acreditar ou não, eu tenho que saber. Acreditar por acreditar é ignorância... Da mesma forma que parar de escutar uma banda que você adora porque falaram que o cara fez um pacto com satã, é besteira. Não é a sua alma que vai pro inferno, é a dele. Sem contar que ninguém pode provar isso. Ele não pode tocar bem por mérito próprio? Tem que ser sempre algum pacto ou outra besteira do tipo?
*Silêncio*

Eu ando reparando que eu causo muitos momentos de silêncio entre essas pessoas. Será que não tem ninguém que consiga contra-argumentar comigo naquele lugar?

Mudando de assunto, mas ainda sobre o assunto, esses dias recebi um e-mail do CCAA avisando que estão recrutando professores para 2012. Por isso, peguei um livro velho em inglês para desenferrujar na língua. Adivinhem o livro? A Ascensão e a Queda do Anti Cristo.

E estou lendo. E não concordo nadinha com o que está escrito lá. O apocalipse é desesperador. Aparentemente todos os seres humanos estarão correndo em círculos e a expressão "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come" nunca pareceu tão apropriada. E mais, Deus me pareceu tão tirano quanto o Diabo.

Obviamente, as pessoas que acham o apocalipse um evento maravilhoso e divino não conseguem ver o que eu vejo nisso. E eu obviamente não consigo entender o que há de tão divino e maravilhoso em uma guerra entre o céu e o inferno que resultará, pelo menos nos primeiros anos, em morte e destruição.

Acho que quando terminar de ler, vou criar um posto com a minha atual visão do apocalipse. Acho que cabe terminar essa postagem com uma frase do imortal pensador Friedrich Nietzche:

"Não posso acreditar em um Deus que quer ser louvado o tempo todo"